quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Melancholia


Summer leaves, autumn leaves,
They're gone, hissin' in the breeze,
As the wind kisses Mary goodbye
In a sunset lost in time.

Then I saw darkness embracing you
In a boulevard, in Paris, in youth.
It took me too as her lustful lover
While stars blackened in wonder.

Bare trees in a forest, lone swamps,
Les Champs-Élysées dépourvus des âmes,
Solitude's taken beauty as his wife,
Even though we don't find them alike.

Summer leaves, autumn leaves,
Love kisses a crying breeze.
Mary's heart's hurt, someplace
Lost in darkness, in silent grace.


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Prisioneiro. Escravo.


"Where I watch and I wait and yield to the hurt"
- The last remaining light, Audioslave.

Sob juramento, neste meu
Julgamento inevitável,
Consciente dessa culpa
Declaro-me, da luz, escravo.

Embora ansioso pela dor,
Desse meu vagar solitário,
Na escuridão, na noite,
Submeto-me ao seu jugo.

A liberdade que possuo
Somente em mim, desfruto,
Enquanto no teatro chinês
Lavam-me a mente torpe.

Jogam-me em cavernas cheias
Isolando-me com mais gente
Balbuciadores acéfalos
Vítimas de mil delírios.

Cravam em minhas unhas
Sádicas agulhas, ferrugem,
Em álcool banham minhas
Feridas nessa tortura.

Quebram-me os ossos, sorriem.
Pregam o bem e gozam.
Regurgitam versos sagrados.
Açoitam-se a si mesmos.

Enlouqueço dessa sanidade.
Rasgo minhas vestes, fujo.
Lavam minha mente em luz,
Grito em prantos, desesperado.

Sonho com a acidez da vida,
Com o clamor das ondas,
Constelações da noite, brisas,
Recolho-me a minha loucura.

Assim, nessa minha paciência,
Na minha ânsia pelas sombras,
Padeço da luminosidade
De um mundo cego de luz.