quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Desmaiado, pálido

E aqui estou, mais uma vez
Procurando por algo tão vago:
Uma palavra soprada das ondas
Trazida no grasnar das gaivotas.

Queria que o tempo fosse meu amigo:
Abraça-me e me diga que já foi.
Abraça-me e me diga que pode ser
De novo, como éramos e seríamos...

Sussurada, sua música me vem,
O cheiro doce do seu cabelo
E o aconchego do seu hálito
De café, pelas manhãs... Quais?

Desbotam, retratos antigos...

Hoje estou mais velho, olhos secos,
Meu corpo dói, minha alma, não se vê.
Não encontro mais consolo no mundo.
Não encontro mais meu lugar em você.