quinta-feira, 24 de maio de 2018

Mito


Olhei para um poço fundo e escuro
Gritei algumas poucas palavras e ouvi
Sua resposta e seu hálito úmido
Naquele dia quente de uma primavera

Sentei-me em sua beira, contemplando
Aquele vazio que sem fim se estendia
Minhas palavras eram assim proferidas
Suas respostas, incompreensíveis a mim

As pedras que jogava soavam e se perdiam
Memórias lançadas e logo devoradas
Onde antes havia um espelho e frescor
Exauriu-se após alguns outonos e invernos