segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Buffoonery

I am weak and weary something
Roaming through the night
Open the skies, let they throw their disguise
For the ones who are waiting for you

Tears are seeping on the sidewalk
Lonely tears on holyday times
Bloodstained skies, hopeless end of time signs
For the ones who are longing for it

This insidious feeling taking me up
Crawling in the salty sweat on my skin
In the revelations coming to my mind
Perverting life, seek-and-hide.

In a upside down way o' living
I didn't knew life ain't a rhyme
Nor nursery rhyme, nor fairy tale
'Tis only a sow and reap nonsense.

domingo, 30 de novembro de 2014

De madrugada, o céu me devolve a gentileza,
Feita às estrelas, a brisa noturna, silente,
Devolve um olhar de milhares e brilhantes íris,
Tão inertes quanto minhas etéreas indagações.
Gentil universo que me acompanha nessa vida
Mísera e de inquieta palpitação tonal,
Que insiste em querer fugir do meu peito
Para encontrar lindas pedras no infinito.
Fugir da solidão que me acompanha nas ruas,
Nas horas da madrugada insone até a alvorada,
Com pássaros e melodias de calmo desespero,
Até a noite me saudar de novo, de volta.
Esse meu retrato inacabado, esboçado,
Do meu despertar, minha respiração até
O meu certo último suspiro que não tarda,
Permanece vago, indistinto e enclausurado.
Vago triste e de coração pesado, cinza,
Pela garoa da vida que se apossou de mim
Sem mesuras, sem lisonjas, para que possa
Sempre, e gentil como é, me espionar.

domingo, 9 de novembro de 2014

Holometábolo

Por entre buracos de minhoca no tempo, sou isso. Isso que não tem a definição própria e flutua, gás inútil Indefinição, singularidade, isso complexo. Eu, meta-morfo, processo e dia por dia, hora. Holometábolo-me: Cuspido ao mundo, outrora feto. Choro. Rastejo minha face marcada até a não-vida Outrora vida, outra hora, não. E sugo gotículas indefinidas, exauridas. E sorrisos entre a escuridão ali. Diria que fui embrião, ovo, ovo chocado, Agora civilização, império, apocalipse. Torcendo e perfurando o ar que me escapa no choro O tempo que não existe, o tempo que não conta não conta não conta Torce, retorce, perfura o nada que se vive, vivo e percebo, enfim, Não sou mais o que fui e o que hei, mas agora mar de lama, no brinco. Como areia e grama, beijo cachorros de rua, pulo corda e bato no amigo. E anseio por algo inevitável. Eu. Me enrolo todo em mim para acordar trinta e três anos depois. Imago.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Sobre a seca

O ar está pesado de se respirar, a visão parece embaçada. Mas, não é necessariamente uma sensação restrita a mim, ao meu ser, pois se falam pelos cantos do calor que derrete, que invade os poros, rasteja em gotas cálidas de suor e grudam na memória. As casas são evitadas em busca de conforto artificial de salas hermeticamente fechadas, dotadas de temperatura regulável, nos locais de trabalho de poucos sortudos. Leia-se também, baixo teor de umidade, fora e dentro e em qualquer lugar. A chuva, almejada, outrora criticada aos fins de semana, é somente um murmúrio baixinho no desejo esganador de alívio. Uma esperada boa notícia dita em poucas palavras-chave, como frente fria, zonas de instabilidade, vocabulário técnico de alta umidade, alta pressão, tal como o anúncio da chegada de profetas esperados por longo tempo. Por fim, não bastasse a situação eufemisticamente chamada desconfortável, dir-se-ia que não haveria condição mais adversa. Não é possível? Pouco provável talvez, mas sim, a situação piora dia-a-dia. Estamos aqui, no nosso saudoso estado de São Paulo, as vésperas do clímax de uma das piores crises hídricas já vistas por essas bandas. Enquanto escrevo, me remete a foto de uma sistema hídrico esgotado, o solo rachado pela ação da seca, por onde antes havia uma represa. Um misto de estilo Graciano Ramos em pinceladas munchianas; uma desgraça ambiental desprovida de sentido, pautada na irresponsabilidade. Não somente administrativa, pois seria fácil maquiar a situação em termos burocráticos, mas do sentido que permeia todo o fato e a forma pelo qual a realidade foi tratada: ausência de valor a vida humana, a vida animal, nosso lar. Falta de respeito ao ser humano, para o qual os senhores que ali estão nos representando deveriam zelar; Porém, zelam por algo que, talvez hiperbolizando, sempre foi a triste miséria da nossa realidade: que nada existe de mais importante que a ganância e a vontade do poder, e todas as ações que buscam essa perpetuação são válidas e validadas, justificadas pela nossa cega democracia, ignorante no sentido literal. Por fim, agora cabe a espera, a fé, as orações aos céus, em busca de nuvens cúmulos e nimbus de negros sorrisos e olhares fulgurantes. Voltados as estrelas, nossos olhos secos, nossas gargantas frágeis e a indagação dos motivos divinos, sempre tão procurados e nunca realmente encontrados, pela razão do desmoronamento do nosso lugar seguro.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Lorem Ipsum

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domingo, 10 de agosto de 2014

Agônico


Devastada, jogada ao chão, unhas quebradas
De vontade, vício vibrante no cheiro do vinho e da ânsia,
A ânsia pela ânsia de sentir espalhada pelo chão de uma madrugada
Suja, saltos perdidos e a sombra borrada... Um borrão,
Aquela que se esconde em meio as nuvens numa noite quente
De guitarra gitanas lambendo o sangue que goteja nas calhas...
Pelo labirinto do corpo pintado de peixe podre.
O ébrio beijo que corrompe... Destino vendido;
Comprado a preço de dores de cabeça e languidez
De significado. De testar as asas que nela costuraram.

domingo, 15 de junho de 2014

O doce beijo da decadência


Uma flor silenciosamente desabrocha
Em um mundo desprovidos de espectadores.
(Selva? Uma rua movimentada? Sertão ou caatinga?)
Nascida para chorar pétalas ao chão,
Beijar amores de primaveras de um dia... E sussurrar:
Sol, meu amor inclemente, seca minhas lágrimas,
Arrebenta o perfume que é minha alma,
Quebra esperanças abelhas que me perseguem,
Uma a uma, desabam na tempestade,
Que chora raiva e esbraveja eternas lamúrias.
Lentamente me lembre que, mesmo papoula,
Me levo às alturas de Antares,
Ou mesmo rosa, degusto meus lábios secos,
Lentamente, docemente, me lembre, num sussurro,
Que nasci para morrer.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Alucinação


A solidão, a solidão que alucina
No pio de uma coruja curiosa
Alucina, alucina em minha alma
Nos dois olhos de mel no negrume
Lago, pântano, pantanal, lágrimas,
Outono primeval.

Andando quilômetros, eternidade,
Um Sol que se fez sol no poente
Marginal, na poeira, na fumaça
Na cor de um pecado que se pôs,
E, na noite, quis e se perdeu
Em esquecimento.

Nos olhos, no olhar de ninguém,
Nas palavras que não soam sentido
E no pranto engasgado e seco,
Emoção clarividente e desgraçada
Quis abraçar um sentido ilógico
Tomou mercúrio.

Alucina, alucina em minha alma
Gente, cães, juízes, duras faces
Sem olhos, sem olhos, sem olhos,
Enquanto sonho com vida viva
Na solidão que me abraçou forte
Gozo engasgado.

Uma forma úmida, cobra tentação
Serpenteia e rasga o peito, arde,
Grita, declama ódio e odes, desordem,
Na solidão, a solidão que me alucina,
Alucina, alucina nas almas mil
Sem esperança.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Selvageria


".. and till action, lust
Is perjured, murderous, bloody, full of blame,
Savage, extreme, rude, cruel, not to trust,
Enjoy’d no sooner but despised straight,... "

Shakespeare, Sonnet 129

Dos sentimentos vis, extremos, duros
Que as almas gritam tristes odes vãos
Pelos éons, décadas, perdidos séculos,
Quais são fantasmas rudes que aqui estarão?

O gosto púrpura do enclave mouro!
Doce desejo sensual, um não
Amor que cega, sem sentido e traço,
Que destrói vidas, que s'alia à paixão.

Olhos oblíquos que incendeiam noites,
Um toque, um vício ébrio e tão terreno,
Um proibido abraço que se aceite.

Portas do céu que me levam ao inferno,
Seus lábios doces d'amor de beijos quentes,
Em mim, banhados em sangue e ódio eterno.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Beltane


"let's take the boat out
wait until darkness comes"
-Mercy Street, Peter Gabriel

Por entre as árvores e a escuridão
Corri, uivando para a lua vermelha
Que me chamava até um abismo
Meus pés cobertos por penas, voavam
Chifres em mim despontavam
A floresta pulsava meu nome
Enquanto minhas estrelas explodiam
Na beirada de uma vida, abri meu espírito
Meus braços eram o mundo enquanto gritava
O munda me abraçava de volta, cortando-me
Dilacerando tudo o que já fui
Deixei-me levar por sobre as finas rochas
Cantando canções secretas, proibidas.
Meu corpo foi ao rio, minha alma, aos céus
Um pássaro, uma águia, uma fênix
Que voou até Régulo, Castor, Antares,
Para, por fim, tocar-me o Sol.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Melancholia


Summer leaves, autumn leaves,
They're gone, hissin' in the breeze,
As the wind kisses Mary goodbye
In a sunset lost in time.

Then I saw darkness embracing you
In a boulevard, in Paris, in youth.
It took me too as her lustful lover
While stars blackened in wonder.

Bare trees in a forest, lone swamps,
Les Champs-Élysées dépourvus des âmes,
Solitude's taken beauty as his wife,
Even though we don't find them alike.

Summer leaves, autumn leaves,
Love kisses a crying breeze.
Mary's heart's hurt, someplace
Lost in darkness, in silent grace.


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Prisioneiro. Escravo.


"Where I watch and I wait and yield to the hurt"
- The last remaining light, Audioslave.

Sob juramento, neste meu
Julgamento inevitável,
Consciente dessa culpa
Declaro-me, da luz, escravo.

Embora ansioso pela dor,
Desse meu vagar solitário,
Na escuridão, na noite,
Submeto-me ao seu jugo.

A liberdade que possuo
Somente em mim, desfruto,
Enquanto no teatro chinês
Lavam-me a mente torpe.

Jogam-me em cavernas cheias
Isolando-me com mais gente
Balbuciadores acéfalos
Vítimas de mil delírios.

Cravam em minhas unhas
Sádicas agulhas, ferrugem,
Em álcool banham minhas
Feridas nessa tortura.

Quebram-me os ossos, sorriem.
Pregam o bem e gozam.
Regurgitam versos sagrados.
Açoitam-se a si mesmos.

Enlouqueço dessa sanidade.
Rasgo minhas vestes, fujo.
Lavam minha mente em luz,
Grito em prantos, desesperado.

Sonho com a acidez da vida,
Com o clamor das ondas,
Constelações da noite, brisas,
Recolho-me a minha loucura.

Assim, nessa minha paciência,
Na minha ânsia pelas sombras,
Padeço da luminosidade
De um mundo cego de luz.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Aracnofagia


Nesse mundo. Passo ansioso.
Olho para os cantos
Cheios de teias de aranha.
Faminto.

Nessa insatisfação,
Celebrada e regada a patê
De fobia e de fília aracne,
Lambuzo meus apêndices.

Começo lentamente.
Pantofagia desmedida:
Reificada gastrimargia.
Saboreio.

Ávido, porém avesso,
Metamorfoseio-me.
Roço meus dentes
Contra carne crua.

Movo-me em ondas.
Choque de gostos,
Beijo como sono
Indígena.

Mastigo prazer.
Chupo dedos.
Internalizo, sou
Homem octópode.

Sim! Nessa internalização,
Celebrada e regada a patê
De fobia e de fília, torno-me
Aranha.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Sobriedade Mórbida


"And as I fall in the mirror on the wall
 I'm watching me scream"

- Watching me fall, The Cure

A cortina entreaberta, a luz prata que corta
A noite que toma um corpo estendido, fitando
O caos de um quarto, o entulho acumulado
Enquanto conta um tempo esquecido nas gotas
Que, insistentes, beijam as panelas sujas.

Se contorce, num bocejo quente e grudento
Enquando toma mais um gole, mais um trago forte
De coisas amargas e embriagantes, paz engarrafada.
É café? É cerveja? É prazer no trago e na fumaça...
Sopra para a lua cheia atrás dos vidros da janela.

No chão, jogados estão os sapatos, as latas,
Papéis de alguma utilidade para o mundo lá fora
Que murmura após longas horas de espera, a começar
Pelos passarinhos cantando melodias da manhã
E pelo ruído de caminhões e pessoas no corredor...

Essas canções soam como maldição para insônes
Enquanto os olhos injetados de sangue se arregalam
Querendo um descanso não engarrafado, sem pílulas...
É café? É cerveja? É prazer no gosto ocre, na língua
Enquanto abraça o travesseiro encardido e solitário.

Somam-se noites e mais horas, disformes, dissolvidas,
Um emaranhado de consciência em um verão ansioso
Enquanto a existência cai em buracos fundos de prazer
Em um toque ardente que o fez gritar de agonia,
Mas o fez chorar muito mais quando não o tinha.

O cheiro do quarto sujo remete às suas lembranças
Do tocar e do sabor líquido de sua fugidia amante
E seu desejo se confunde com o calor dos lençóis
Na esperança de encontrar aquele corpo viciante
Perdido em algum beco, em algum lugar, não alí.

Para levantar até a geladeira, mais esforço
Sobrehumano em uma subhumanidade abraçada
Em letras tatuadas na carne, na alma, coração...
É café? É cerveja? É tinta negra escorrendo de si
Enquanto procura em vão limpa-la do travesseiro.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Uma sombra


E então ela saiu de casa.
Sozinha. Era noite.
Vagou pelo bairro deserto
Próximo.

Sentou-se na colina e observou a escuridão.

Acendeu um cigarro e as luzes
Eram brasas e alguns postes longínquos,
Pois havia chovido pela manhã
E ainda estava nublado.

Uma leve bruma pairava rente ao chão
Em uma sexta.

Soprou entre a fumaça:

"Sabe, querida, a cidade explode
Todas as sextas e sábados."
Contou a uma sombra que ali estava.

Esperou... Insistiu.

"A vida acontece somente em dois dias.
Talvez três."

Depois de um longo tempo, sorriu
E um riso de palhaço foi ouvido.

Uma coruja piou. Seus olhos desvairados,
Lanternas no escuro.
E os grilos pararam.

Uma brisa cantou uma melodia inquietante.

"No restante, só existem...
Como se chama mesmo?
Uma semana dos mortos
E algumas madrugadas dos mortos."

Silêncio.


A sombra sorriu.

sábado, 11 de janeiro de 2014

What I Need


What I need is
A place I could forget

And I just need
Peace of mind, just a rest

I watch the sun going down
All the colors turns to black

Black

I see my world, I see my town
My past won't come back

What I need is to start my reaction

I walked by fields of grains
I lost myself in the sand

I sought the dust of living
I sensed the life on breathing

What I need is a chain-reaction
What I need is a perfect connection

What I need is
A place I could forgive

I sat at the red mountains
I shot the fire over their heads

I watch the moon arise
All the colors turns to gray

Gray

I walked through the line
I am mad, yes, I'm insane

And all I can tell you is...

What I need, a perfect connection

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Some kind of evil


"He who fights with monsters should be careful lest he thereby become a monster. And if thou gaze long into an abyss, the abyss will also gaze into thee."
-Friedrich Nietzsche, Beyond Good and Evil

"If I had a heart I could love you"
- Fever Ray, If I had a heart

Some kind of evil stains my blood
In an old familiar way
Besides of not being understood
It let me goes astray
In the quiet and deep darkness
Of the lovely nights
There I am running and howling
To satisfy
The sweet scent of young bodies
Waiting for disclosure
Of ancient urges of delight
Tis my real pleasure
The addiction of gipsy eyes
Looking for my soul
As I slowly taste your sweat
Laying you low
Sucking every drop of life
As you stare me
In a fixed and cold manner
Falling on your knees
But darling, don't be afraid
As you may see
Every night you embrace me
Into the void and deep
You already worship many things
And love emptiness
In a life deprived of essence
So come and let me taste
Let us die within each other
In scarlet vanity
And give evil one more chance
Of pain and glory.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Tragōidia


Soa como uma valsa em termos pianos,
Passos ecoando em um salão parisiense.
Dois para cá, um para a direção oposta
Em sorrisos brilhantes refletindo poesia
Enquanto luzes lentas explodem no céu,
Esse salão cheio de espelhos que reluz
A ouro, reluz a alegria desmedida e reluz
Em contagens regressivas de desejos
Gritados até que não exista mais fôlego
E mais vontade de desejo que não existe.
É um beijo perdido na brisa do mar
Vagando enquanto despimos escuro
Para fogo, para incenso, para branco,
E despimos branco para nós mesmos.