quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A Morte e a Criança

 Me perdi nas palavras da criação
Uma criança cuja cabeça despontou
Do buraco da toupeira curiosa
Logo voltou e caiu, e caiu.

Caiu para onde? Não tem pra onde.
Mas, ainda esperou silenciosamente
Esperou as nuvens roxas da noite
Esperou a carícia da madrugada.

Criança fugida nadou no oceano
E pro oceano foi-se indo, nas águas
Fundindo-se com o céu noturno
Órion encontrou Escorpião.

Das espumas, despontei, hesitei,
Corri para a areia, provei a poeira,
Mas, ainda, sim, provei da cerveja
Embriaguei-me de sal iodado.

Como poderia saber dessa Dança
Da Morte que tomamos parte? Não poderia.
Um beijo de morte para a brisa que me leva.
Um beijo de morte para a noite que me toma.