sábado, 30 de novembro de 2013
Manequim homem
Manequim homem
De plástico branco, de humano plástico
Não é mais do que deveria ser
Menos do que gostaria, com sua máscara
E seu infinito closet
Tira sua roupa e intimidade se revela
Alvo, sempre limpo e cheirando a carro lavado
Tira ainda seus braços, suas mãos e as troca por produtos novos
Manequim homem, esconde tua face e tua vergonha
Finge-se de boneco e de homem se finge o autômato
Esse Homem manequim vive
E regurgita horrores sobre existência
Cheirando a álcool do Mendigo
Mais manequim homem que homem manequim
Mas, o Mendigo na verdade é um mendigo
Menos do que o manequim homem, menos do que homem para o Homem
E ainda menos do que o homem que não é Homem e se finge de manequim
Manequim homem vendeu muito na última Black Friday
E comprou uma dignidade que atinge velocidade mais que permitida nas rodovias
vendeu também sua dignidade e, dela, seu conceito
Agora a felicidade vem em garrafas, latas e corpos
E finais de semana e jogos e feriados e carnaval e comidas diets e plástico animado
Para Homens que querem ser manequim homens
E homens manequins de faces de razão áurea
E o Mendigo que não é Homem, nem manequim, nem sabe da razão áurea
Alucina enquanto vaga pelas ruas de cidade grande
Buscando algo no lixo e algo para não se importar.
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Nenhum comentário :
Postar um comentário