terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Canção da noite


Nesses dias, visto um sorriso nos lábios e no olhar,
Enquanto encaro outros amores e me visto de outro sonhos:
Saiba que para canto de cigarra que declamo nesse verão,
Deixo aos poucos aquela velha casca de retalhos e memórias.
E a noite, quando as horas me assombram e o sono esvanece,
Calço meus chinelos e vago pela areia, vislumbrando o oceano.
Ele me encara e me faz medo, me chamando com seus negros braços
Para um abraço confortável, de cantos de sereias e mil belezas.
Diz-me tantos segredos na rapsódia de ondas milenares, e segue
Sorrindo, fingindo indiferença, como se soubesse me decifrar
Enquanto sigo pela praia, olhando o céu e suas lembranças
Tomando formas, constelações, em um colchão de plumas
No qual deito e vago voando em meus sonhos vívidos de infância.
Indago sobre meu futuro às estrelas e elas sorriem docemente
Tomam minhas mãos e acariciam minha face, colhendo lágrimas
Para criar companheiras de brincar que nunca mais verei
E seu sorriso, que foi esculpido em meu despertar, reaparece
Na figura de cometas e estrelas cadentes pulsantes que arranham
Meu céu, meu coração, fazendo doer de tão belo. E confidenciam:
Cada estrela fugindo é um anjo caindo do paraíso procurando
Um amor para se entregar.


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