sábado, 7 de dezembro de 2013

Revelações


Foi em um Domingo.
Dia dos espíritos se inquietarem
Tomados pela ansiedade, na escuridão
Que tomou lentamente o mundo.

Eu vi pelos céus que pegavam fogo
No horizonte, a despontar inclemente,
Nas pétalas de uma rosa vermelha,
Quatro vultos a cambalear.

E foram quatro estações de emoções
Que se apossaram de nossas almas
Ao notar a escuridão que há muito
Era uma mancha tatuada na tez.

E dos vultos que assomavam,
Gigantes em estatura e em visões
Pairando sobre a terra seca,
Ecoavam fortes sinfonias.

O primeiro era como um Leão
E seus pelos eram raios de Sol,
Seus olhos flamejavam; Sua presença
Era acompanhada de Renascimento.

O segundo era como um Touro
E seus pelos eram pinturas e formas.
Seus chifres imponentes sonavam
Canções de Força e Sacrifício.

O terceiro era como um Cavalo
Cuja face era humana,
E seu porte altivo entoava
Hinos de Sabedoria e Beleza.

O quarto era uma Águia de Afrodite,
De cujos braços jorravam Torrentes
E seu odor de virgens Orquídeas
Era doce, como o sabor dessa Criação.

Das nuvens de tempestade, surgiram
Quatro e vinte sábios
E dois altares ascenderam das florestas
Para pousarem na colina da Cidade.

Uma pequena Ovelha trouxe um Livro
Tomou lugar entre os pés dos Regentes
E seus Chifres de Ouro eram Inocência.
Trazia sete selos, abertos por Ela.

O primeiro selo era do Maior dos Deuses,
Montado sobre o Cavalo da Sabedoria.
E seus raios cruzaram as almas das pessoas
Que perderam a Culpa e a Vergonha.

O segundo selo era do Senhor do Sangue ,
Montado sobre um cavalo herói vermelho.
Toda a Guerra e Ódio foram nada mais
Que pesadelos de outrora.

O terceiro selo era do Mensageiro,
E seu cavalo era negro de Libra.
Trazia o Vinho e a Chave
Que instaurou como Justiça nos corações.

O quarto selo era do Senhor da Morte,
E do Tempo, cujo cavalo era pálido,
Um Escorpião de coração púrpura.
E Ele levantou os Mortos em Vida.

O quinto selo eram canções de Amor,
Por aqueles que viram a face do Destino
E foram ternura nos lábios dos homens,
Suas faces surgiram nas nuvens.

E no sexto selo, labaredas desceram das estrelas
Enquanto a Lua tomava o Sol como amante
Os céus foram um leito de Sangue
E emanavam o calor daqueles Corpos.

Um grande silêncio se apossou do mundo
Quando o sétimo selo foi aberto
E toda a Fome foi saciada e os homens
Se abraçaram como irmãos.

E a Virgem da coroa de Doze Espinhos
Se prostrou sob o amor do Sol e da Lua
E o mundo foi abençoado com a Inocência
Das almas de todos os seres.

E surgiu Babilônia, Afrodite, que era deslumbrante
Tomei-a entre meus braços e beijei seus seios
E a Santidade de todas as mulheres explodiu nos oceanos
Passando a governar seus Instintos e seu Destino.

O Seu corpo era Desejo e seu Olhar
Misturava odores Lascivos e de Inocência.
Embora houvesse queimado meu coração em Incenso
Nada pude fazer para a tomar como amante.

Cantava canções dos quatro vultos
Que diziam Paixão, Amor, Entrega e Instinto
E o tempo parou quando fugiu do meu toque
Abraçando o Mundo com vivacidade.

E nos tronos, a direita, o Anjo de Luz era um homem
Sua expressão era energia e escuridão.
Serviam ao seu lado, seres como faunos
E o Desejo era seu conselheiro.

Na esquerda, uma Mulher era a criadora do Mundo
E seu vestido era Alvo e Púrpura.
Querubins entoavam canções de Vida
E todos se uniram como Universo.

Nos pés dessa União, jazia o Filho de Ambos
O Cordeiro, a Ovelha de sete Chifres
E sua essência é Amor Infinito e Divino
Pois é o filho do Homem e da Mulher.

E um novo jardim floresceu na Humanidade
Toda a culpa tomada como carga se esvaneceu.
E o Fruto, tão doce e tão ácido, é somente
Mais um detalhe para o Desacorrentado Prometeu.




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