domingo, 1 de dezembro de 2013

Sobre a verdade que começa amanhã


Em um preguiçoso domingo a tarde
Resolvi me perder dentro de mim,
E o jardim que cultivo aqui dentro
Foi tomado por demônios e serafins.

Lá eu esperava por alguém, ansioso,
Enquanto a escuridão tudo tomava
Nessa minha noite, nessa minha casa.

E eis que você foi criada.

Sua alma era púrpura escurecida
De melodias suaves dos meus sonhos
De tudo e todos que deixei um dia

Dizia

"Vamos beber do coração da noite
 Pois o destino é um homem que me toma
 Eu, irmã alada da lua solitária".

Cantava

"Vamos beber pelo coração da noite
 Enquanto você se perde todo em mim
 Eu, irmã alada do destino solitário".

- Se sua canção não tocasse minha alma, o que mais faria ? -

Semelhante a melhor das formas já vistas
Você era como um pássaro andando sobre brasas
Em um infinito de cores voláteis e pulsantes
Subindo e descendo e caindo e girando
E o seu sabor era o da cereja ácida
Da torta de maçã mais doce

E da sensação de nadar nu em um oceano

O tempo derreteu sobre meus ombros quando me beijou
E, de repente, um êxtase divino trespassou meu ser
E a leve pena de minha vergonha feita em casa
Voou para longe...

E sobre a verdade que começa amanhã:
Bom, fui somente uma ilusão?

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